Entendendo a frequência de escorregamento em motores de indução
Definição: O que é frequência de deslizamento?
Frequência de deslizamento A frequência de escorregamento é a diferença entre a velocidade síncrona (a velocidade do campo magnético rotativo) e a velocidade real do rotor em um motor de indução, expressa em Hz. Ela representa a rapidez com que o campo magnético "desliza" pelos condutores do rotor, induzindo a corrente que cria o torque do motor. A frequência de escorregamento é fundamental para o funcionamento do motor de indução e é crucial no diagnóstico do motor, pois determina o espaçamento das bandas laterais nas assinaturas de vibração e corrente. defeitos na barra do rotor.
A frequência de escorregamento situa-se tipicamente entre 0,5 e 3 Hz para motores sob carga normal, aumentando com a carga e fornecendo uma medida indireta do carregamento do motor. Compreender a frequência de escorregamento é essencial para interpretar o comportamento do motor. vibração espectros e diagnóstico de falhas eletromagnéticas.
Como funciona o escorregamento em motores de indução
O Princípio da Indução
Os motores de indução funcionam por meio de indução eletromagnética:
- Os enrolamentos do estator criam um campo magnético rotativo em velocidade síncrona.
- O campo magnético gira ligeiramente mais rápido que o rotor.
- O movimento relativo entre o campo e as barras do rotor induz corrente no rotor.
- A corrente induzida cria um campo magnético no rotor.
- A interação entre os campos do estator e do rotor produz torque.
- Ponto-chave: Se o rotor atingisse a velocidade síncrona, não haveria movimento relativo, nem indução, nem torque.
Por que o deslizamento é necessário
- Para que ocorra indução, o rotor deve girar a uma velocidade inferior à velocidade síncrona.
- Quanto maior o escorregamento, maior a corrente induzida e maior o torque produzido.
- Sem carga: deslizamento mínimo (~1%)
- Em plena carga: maior deslizamento (típico de 3-5%)
- O deslizamento permite que o motor ajuste automaticamente o torque à carga.
Cálculo da frequência de deslizamento
Fórmula
- fs = (Nsync – Nactual) / 60
- Onde fs = frequência de deslizamento (Hz)
- Nsync = velocidade síncrona (RPM)
- Nactual = velocidade real do rotor (RPM)
Alternativa usando porcentagem de deslizamento
- Deslizamento (%) = [(Nsync – Nactual) / Nsync] × 100
- fs = (Slip% × Nsync) / 6000
Exemplos
Motor de 4 polos, 60 Hz sem carga
- Nsync = 1800 RPM
- Natural = 1795 RPM (carga leve)
- fs = (1800 – 1795) / 60 = 0,083 Hz
- Deslizamento = 0,3%
Mesmo motor em plena carga
- Nsync = 1800 RPM
- Natural = 1750 RPM (velocidade nominal)
- fs = (1800 – 1750) / 60 = 0,833 Hz
- Deslizamento = 2,8%
Motor de 2 polos, 50 Hz
- Nsync = 3000 RPM
- Natural = 2950 RPM
- fs = (3000 – 2950) / 60 = 0,833 Hz
- Deslizamento = 1,7%
Frequência de deslizamento no diagnóstico de vibrações
Espaçamento da banda lateral para defeitos na barra do rotor
O uso diagnóstico mais importante da frequência de deslizamento:
- Padrão: Bandas laterais em torno de 1× a velocidade de execução em ±fs, ±2fs, ±3fs
- Exemplo: Motor de 1750 RPM (29,2 Hz) com fs = 0,83 Hz
- Bandas laterais em: 28,4 Hz, 29,2 Hz, 30,0 Hz, 27,5 Hz, 30,8 Hz, etc.
- Diagnóstico: Essas faixas laterais indicam barras do rotor quebradas ou trincadas.
- Amplitude: A amplitude da banda lateral indica o número e a gravidade das barras quebradas.
Análise de assinatura atual
Nos espectros de corrente do motor:
- Defeitos nas barras do rotor criam bandas laterais em torno da frequência da rede.
- Padrão: fline ± 2fs (nota: 2× frequência de deslizamento, não 1×)
- Para motor de 60 Hz com escorregamento de 1 Hz: bandas laterais de 58 Hz e 62 Hz
- Confirma o diagnóstico da barra do rotor a partir da vibração.
Deslizamento como indicador de carga
O deslizamento varia com a carga.
- Sem carga: Escorregamento de 0,2 a 1% (0,1 a 0,5 Hz para motores típicos)
- Meia carga: Deslizamento 1-2% (0,5-1,0 Hz)
- Carga máxima: Deslizamento 2-5% (1-2,5 Hz)
- Sobrecarga: > Deslizamento 5% (> 2,5 Hz)
- Começando: Deslizamento 100% (frequência de deslizamento = frequência da linha)
Utilizando o deslizamento para avaliar a carga
- Meça a velocidade real do motor com precisão.
- Calcule o escorregamento a partir da diferença de velocidade síncrona.
- Compare com o deslizamento nominal em plena carga indicado na placa de identificação.
- Estimativa da porcentagem de carga do motor
- Útil quando a medição direta de potência não está disponível.
Fatores que afetam o escorregamento
Fatores de projeto
- Resistência do rotor: Maior resistência = maior deslizamento
- Classe de projeto de motor: O design NEMA afeta as características de deslizamento.
- Tensão: Uma tensão mais baixa aumenta o escorregamento para uma determinada carga.
Condições de operação
- Torque de carga: Principal determinante do deslizamento
- Tensão de alimentação: A subtensão aumenta o escorregamento
- Variação de frequência: Variações na frequência de fornecimento afetam o deslizamento.
- Temperatura: O aquecimento do rotor aumenta a resistência, aumentando o escorregamento.
Condição do motor
- Barras do rotor quebradas aumentam o deslizamento (produzindo menos torque efetivo).
- Problemas no enrolamento do estator podem afetar o escorregamento.
- Problemas nos rolamentos aumentam o atrito, elevando ligeiramente o deslizamento.
Métodos de Medição
Medição direta de velocidade
- Uso tacômetro ou estroboscópico para medir a RPM real.
- Saiba a velocidade síncrona a partir da placa de identificação do motor (polos e frequência).
- Calcular o deslizamento: fs = (Nsync – Nactual) / 60
- Método mais preciso
Do espectro de vibração
- Identificar com precisão o pico de velocidade de corrida 1×
- Calcule a velocidade de corrida a partir de 1 × frequência.
- Determine o escorregamento a partir da diferença de velocidade síncrona.
- Requer FFT de alta resolução
A partir do espaçamento da banda lateral
- Se houver defeitos nas faixas laterais da barra do rotor
- Meça o espaçamento entre as bandas laterais.
- Espaçamento = frequência de deslizamento diretamente
- Conveniente, mas requer a presença de um defeito.
Uso prático em diagnóstico
Valores normais de deslizamento
- Documente o deslizamento da linha de base em várias cargas para cada motor.
- Escorregamento típico em plena carga: 1-3% (verificar placa de identificação)
- O deslizamento > valor da placa de identificação pode indicar sobrecarga ou problema no motor.
- Escorregar < Esperado para uma determinada carga pode indicar falha elétrica
Indicadores de deslizamento anormal
- Escorregamento excessivo: Motor sobrecarregado, barras do rotor quebradas, alta resistência do rotor
- Deslizamento variável: Flutuações de carga, instabilidade no fornecimento de energia elétrica
- Baixo deslizamento sob carga: Possível problema no estator, problema de voltagem
A frequência de escorregamento é fundamental para o funcionamento e diagnóstico de motores de indução. Como espaçamento entre as bandas laterais para detecção de defeitos nas barras do rotor e como indicador de carga do motor, a frequência de escorregamento fornece informações essenciais para a avaliação da condição do motor. A determinação precisa da frequência de escorregamento permite a interpretação correta dos sinais de vibração e corrente do motor, distinguindo a operação normal de condições de falha.